segunda-feira, outubro 10, 2005

Um abraço...aquele!

O secretismo à volta do Cereja deu azo a uma série de estórias com maior ou menor teor de fantasia. Diz-se que é pai de toda a população da sede de concelho, o que não passa de uma atoarda visto que cerca de 12% consegue provar a sua paternidade. Também se diz que o Sócrates e o Cavaco são fruto da sua imaginação. E, só em parte é verdade (por não ter assumido a paternidade de um filho de uma preta no Ambriz) que por sua causa se formaram os Movimentos de Libertação das ex-Colónias .
Jura pela alminha dos lerdos dizer a verdade e apenas a verdade:
O seu nascimento:
Igual a tantos outros. A sua querida e adorada mãezinha sofreu um bom bocado enquanto o seu querido e adorado pater familiaes aguardou calmamente que a curiosa e o licenciado em medicina tirassem o seu querido e adorado varão. Só não ficou sem dentes nesse dia porque os seus queridos e adorados irmãos não tiveram autorização para se chegarem perto. Aprendeu a gatinhar aos 3 anos, a falar aos 7 (primeira palavra: esternomastoideu) e a comer à mesa com 14 anos.
Instrução:
Sempre que não havia trabalho na lavoura frequentou a escola primária. Um ensino rigoroso, nunca andou de comboio mas sabe de cor os horários, as estações e apeadeiros da metrópole e províncias ultramarinas nomeadamente a linha da Índia de apenas uma única via e de um único comboio que partia às 10.30 de Damão, 14h em Diu e 16h em Goa e que depois era transportado (o comboio) de barco de Goa para Damão para no dia seguinte voltar a fazer a mesma viagem. Rios e afluentes: O Mondego nasce na Serra da Estrela e desagua na Figueira da Foz, tem como principais afluentes na margem esquerda o Alva, Ceira, Arunca e o Pranto, e na margem direita o Rio Dão que por sua vez tem como afluente a Ribeira de Cabanas, ribeira que recebeu água do Ribeiro do Vale do Boi que recebeu água do Ribeiro do Pai Mouro e este da Levada.
Ao 7º ano de frequência viria, finalmente, a fazer o exame da 4ª classe com nota sofrível e com a condição de não prosseguir com os estudos académicos.
Seminário:
Filho de pais casados e humildes, rendeiros e pequenos proprietários dumas quelhas, a única forma de aprender mais umas letras, e deixar de ser um estorvo à sua família, foi ir para a escola de Deus. Aí aprendeu a prosternar, a orar, a escrever prosa e versar em latim. No último ano, foi descoberto pelo Prior a praticar onanismo, teve um processo disciplinar que o levou à expulsão.

Serviço militar:
Como todos os que não eram débeis ou atrasados mentais cumpriu a Tropa. Estava para ter chumbado na recruta por preguiça mas, como eram necessários maqueiros na retaguarda, o Capitão intercedeu perante o seu comandante de pelotão.
Como maqueiro tem na sua caderneta militar o comprovativo que pagou 3 macas danificadas por negligência.
Viria a ser capturado pelos “Turras” logo na primeiro mês de guerra vindo só a ser libertado depois dos acordos de Alvor e depois de ter assumido a paternidade do Joaquim Lumbé Mantorras.
Trabalho:
Lavrador e silvicultor, chegou a ter um pequeno rebanho quando a CEE dava €200 por cada cabeça adquirida mas despachou-o uma semana depois quando a mesma entidade deu €300 por cada cabeça abatida.

Amigos:
Os seus colegas seminaristas (hoje padres respeitados e respeitadores nas diversas paróquias do país), os turras de Lumbé, praticantes de monda, ampa e descava desportiva.

Lema de vida:
Ad video meliora proboque, deterioras equor.
É suficientemente inteligente para se portar bem mas, adora ser inconveniente.

Invenções:
Depois de um seu antepassado inventar o “passou bem” ele criou o “Tou que nem posso” e o “ Lol para vocês também” e recuperou o “Despeço-me com amizade” do Engenheiro Agrónomo Sousa Veloso.

Futuro: Foi convidado pela oposição democrática do Cambodja para ir ajudar a montar um Blog Cereja nesse país asiático para dar na "cabeça" dos lerdos cambodjanos.

Bem hajam a todos que visitaram este blog (no primeiro mês, mais de 4500 visitas), sem os senhores não tinha existido o Cereja.
Um abraço... aquele! Do Cereja*
*Fruto de uma Cerejeira-Bical da Cova da Beira plantada no Alto dos Picotes em terras de Entre Mondego-Dão.

domingo, outubro 09, 2005

E que tal um café virtual?

Bom dia, boa tarde, boa noite, conforme o local que nos esteja a sintonizar (um abraço ao Ribeiro Cristóvão e ao Alves dos Santos).
Num dia de trabalho, de descanso ou de reflexão, aqui vos ofereço um cafezinho: introduza a moeda na máquina…
Quem é amigo?! Este ano o bagulho não fundiu, mas quem gostar de um bagaço após o café, passe por cá, estou com a família a fazer um piquenique no alto dos Picotes.

sábado, outubro 08, 2005

9 de Outubro de 2005

A meteorologia tinha dado aguaceiros para o centro do país com vento forte a moderado mas, o dia nasceu com um sol radioso. Uma nortada trouxe consigo um frio moderadamente gélido.
As mesas de voto estavam abertas. Desde muito cedo formaram-se enormes filas.
Havia no ar um cheiro a mato, os “moderados” regressavam ao povoado depois de se terem refugiado, nas serras da Pantanha e do Pai Mouro. Eram facilmente identificados, tinham barba comprida e ainda usavam roupa de verão. Sobreviveram desde o dia 16 de Agosto com frutos silvestres, uvas, um ou outro peixe da Ribeira do Pai Mouro e da Pantanha, bicharada miúda como alcaravões e alguma caça grossa (o povo andava intrigado pois não apareceram, como é hábito, os javalis a dar cabo das sementeiras).
Estavam muito debilitados, alguns tinham já peeira, outros a tiveram mas curaram-na com pegão. Na pele tinham erupções cutâneas pustulosas que lhes deixou, principalmente no rosto, cicatrizes típicas, também conhecidas por bexigas ou bexigas-negras que o médico refugiado tratou com malanga.
Os mil “movimentalistas” que tinham estado reunidos no mercado, no dia 23 de Agosto, tinham deposto as armas a pedido do Líder. O Grande Líder referiu que “mantinha-se candidato à junta e, em Outubro, vamos a votos, para que não haja deturpações de que as pessoas de Canas são anti - democráticas e uns jagunços”. Mas os “refugiados” recearam pela vida e não regressaram.
Só uma pessoa do povoado sabia a localização dos que estavam no Pai Mouro, Dona Amélia numa das vezes que foi buscar cama para o seu vivo, viu alguns moderados debaixo de uma lapa. Nunca ninguém desconfiou dos muitos quilos de sal e de açúcar que adquiriu entretanto na cantina.
A natureza, enquanto conjunto de tudo que Deus criou, foi mãe e recebeu de “mãos abertas” esta gentil gente. Os moderados cresceram. A parteira refugiada assistiu a duas moçoilas parirem dois rebentos varões que logo baptizaram com os nomes dos dois Libertadores.
Mas todas estas privações e carências faziam parte do passado, agora havia que olhar para “adelante”. Estavam à frente das escolas de Canas, Póvoa e Vale de Madeiros, e apesar de saberem ler e escrever, tinham nesse dia um desejo: assinar de cruz. (x)
CANAS A CONCELHO
CANAS UNIDA

sexta-feira, outubro 07, 2005

Porque outros valores se levantam...

Canenses:
Nós temos um sonho. Um sonho que ninguém nos roubará. Já neste século fomos concelho. O sonho pode tornar-se realidade, não nos anos mais próximos, a actual maioria pretende reduzir o número de freguesias e de concelhos, Marques Mendes referiu em Ourém (sede de concelho de Fátima) que não é favor da criação de novos concelhos.
O tempo não é de armas, o tempo é de recarregar baterias e estabelecer novas estratégias, designadamente de reivindicar junto ao actual Município o que é nosso de direito.
Tenho conhecimentos de factos comprovados com documentos que entristece qualquer canense, pois julgávamos que determinadas pessoas estavam à frente dos destinos desta terra por uma causa nobre e não por outros motivos.
Faço um apelo: Não publiquem os documentos que podem comprometer um futuro MRCCS. Se os “senhores de Lisboa” tiverem conhecimento de tais factos nunca mais um canense será recebido e será glosado. Uns levaram garrafões de vinho (os de Nelas) a Lisboa, mas outros almoçavam e jantavam nos melhores restaurantes, fazendo por vezes grandes desvios (figueira da Foz, Estoril) com tudo a que um Movimentalista tem direito. Mas não julguem que isso é o mais grave, isso “são rosas, Senhor…” porque acham que se deu o SoniasGate, o desespero pelo aparecimento de outra lista, as vigílias nazis?
Por este e por outros motivos, duas pessoas corajosas, (o Sr. Mouraz pela ideia de criar a lista e o Sr. Aires por aceitar ser o nº 1 aos quais se juntaram outros bravos) deram a cara por todos nós e que apesar de se verem cercados (designadamente o Sr. Aires, pai de duas crianças menores) nunca pretenderam “jogar” com estes factos porque o passado é o passado, temos que olhar para o futuro e o futuro que eles pretendem e que nós pretendemos é a restauração do Concelho.
É importante que os canenses saibam dos factos para um voto em consciência mas não há necessidade de colocar essa informação num formato com acesso aos “inimigos” de Canas.

Aquele Abraço!
Cereja.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Aproxima-se o dia E


No próximo dia 9 é dia de eleições, 3 boletins, pelo menos uma cruz num deles.
Todos têm consciência do que está em causa neste acto eleitoral.
Independentemente do sentido de voto ninguém, antes ou depois da homilia, se deve abster de “dizer de sua justiça”.

Existem dois caminhos, ambos legítimos: o actual, que parte do pressuposto que somos concelho de facto e por isso devemos ignorar o Município de Nelas, não devemos reivindicar à Câmara de Nelas o quer que seja, o presidente da Junta não deve assumir o lugar na Assembleia Municipal e considera que o Movimento deve ser Junta até sermos concelho e por uma questão de imagem interna e externa que transmita unidade de pensamento não deve haver outras listas/ partidos concorrentes.

O caminho proposto como 2ª via considera que enquanto formos uma freguesia do concelho de Nelas, devemos reivindicar o que é nosso por direito. É muito difícil obter investimento da Câmara pois por todo o país existe uma politica de centralismo (governamental, concelhio e de freguesia – seria importante, já que nos queixamos, e bem, de Nelas, verificar qual foi a percentagem de investimento da junta de freguesia de Canas nas outras localidades da freguesia desde o 25 de Abril, quantas pessoas dessas localidades pertenceram à junta ou à assembleia de freguesia) mas, estou convicto que vão procurar desenvolver a Freguesia.

Eu, considero que o Movimento não têm a natureza de um partido político e por isso deve ser independente da Autarquia (tal como aconteceu/acontece nas outras terras que pretendem ser concelho).
Pessoalmente, considero que esse Movimento “independente” deverá ter como líder o Sr. Prof. Luís Pinheiro que deverá rodear-se de pessoas com valor.

O importante é votar, neste momento tão importante para a nossa mui nobre Vila e Freguesia, não podemos deixar que os outros decidam por nós.

Cereja Bical.

“Arranjem mazé esta istrada”.

Os homens ainda não tomaram posse mas não os posso deixar adormecer. A primeira (de muitas) reivindicações . Quem tiver algum pedido é só dizer...

Para quando a continuação da estrada da Póvoa – Canas de Senhorim?
Considero que é uma das obras fundamentais para a freguesia e para a vila pois irá permitir a terrenos que hoje são agrícolas sejam urbanizáveis, desenvolvendo assim o sul de Canas que permanece ao abandono (por exemplo a Rua da Estação está como estava há 20 anos) ao contrário do norte da Vila que tem vindo a desenvolver-se urbanisticamente de uma forma planeada.
Espero que não hajam entraves por parte dos proprietários, podem ficar sem um poço ou uma macieira mas para além da valorização da parcela é Canas que fica a ganhar.
Se for necessário faz-se um cartaz como o da fotografia:

Está justificado.

Segundo o Jornal de Notícias, “o Sr. Manuel José Gonçalves chamou, por telemóvel, a GNR, cujo posto está localizado a meia dúzia de metros da JF. Como a GNR não compareceu (a patrulha estava para um acidente), apesar de estar a cinco segundos de distância da autarquia, a vítima arriscou sair da sede da Junta. Mais uma vez, Manuel José voltou a ser agredido física e verbalmente pela população enfurecida e teve de fugir a passo largo para o quartel da Guarda, onde apresentou queixa-crime.”

Meus Caros, pode ter ficado no ar a ideia de que houve receio por parte dos nossos bravos do pelotão, mas não, amavelmente o Comandante enviou-nos uma fotografia que comprova que a patrulha não estava para um acidente, ela própria “teve um acidente”.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Carta de solidariedade ao Seu Presidente Luís:

Há horas que temos que estar solidários, e esta é a hora.
Lamento que um glosador, sem escrúpulos, tenha feito um Manifesto, criando inclusive um sítio na net e utilizando fotografias, dando a entender que o manifesto é do seu Movimento.
Temos que ser democratas e ter consciência que todos os cidadãos têm direito de constituir listas à Assembleia de Freguesia e não como o “fraco e abusivo” glosador referiu: “à junta de freguesia”, vê-se logo que não está por dentro do funcionamento das autarquias.
Depois o glosador podia brincar com respeito e não escrever imbecilidades como:
- São as vozes de toda a gente de bem de Canas para impor a candidatura do MRCCS;
- Uma politica de unidade de todos os canenses (digo eu: inclusive os que sofreram vigílias, se pedirem perdão, claro está…);
- Ridículos e oportunistas acólitos locais, que têm que ser julgados;
- Os Canenses irão infligir uma decisiva e definitiva derrota aos inimigos da nossa terra.

Sr. Presidente, será escusado dizer que esse manifesto não é da minha autoria.
Qualquer ajuda que queira da minha parte é só dizer, talvez pela caligrafia ou pelos erros ortográficos se descubra quem foi o individuo.
Cereja, O Solidário (É pá, não se fazia isto ao homem!)
http://asrazoesmrccs.no.sapo.pt/

A Revolução de 5 de Outubro de 1910

A Revolução que pôs termo à monarquia começou no dia 3 para 4 de Outubro. O Rei, D. Manuel II não encontrou ninguém disposto a correr riscos; no próprio dia 5 de Outubro embarcou da Praia de Ericeira no iate Dona Amélia, nome de sua querida e adorada mãezinha. Em nenhum ponto do país a proclamação da república encontrou a mínima resistência. Segundo um dito da época, a república na província foi proclamada pelo telégrafo.
O poder foi assumido por um Governo Provisório, presidido por Teófilo Braga que, entres outras reformas, decretou a lei de família, criou as Universidades de Lisboa e Porto e a lei do divórcio (utilizada hoje por empresários e por quem simplesmente enganou-se no parceiro). Foi criada a lei de separação da Igreja e do Estado que levou à perseguição dos padres, considerados inimigos do “Movimento” republicano.
Hoje temos um pretendente ao Trono, o meu querido e adorado D. Duarte Pio de Bragança, descendente da linhagem de D. Miguel, último Rei a ser enterrado em Portugal, transladado em 1966 para o Panteão Nacional. Falta transladar os restos mortais de D. Sancho II que na Catedral de Toledo descansa num gracioso túmulo: “Aqui descansa D. Sancho II o Rei de Portugal”, o que corresponde à verdade, o seu irmão D. Afonso III, enquanto D. Sancho foi vivo no exílio, ostentou o título de Curador do Reino. Entre as mais lindas lendas desta época está a do Alcaide de Coimbra, que só teria entregue o castelo depois de D. Sancho morrer e de, simbolicamente, lhe entregar as chaves no seu túmulo (quando estive em Toledo perguntei por elas, só obtive uma resposta: “Non te entiendo” – Espanhóis lerdos, até uma simples padeira matou 7, quantos mataria um Cereja?)

Hoje a causa monárquica não é uma questão na ordem do dia (vejam os jornais nacionais, blogs de Canas).
Como tenho como lema de vida: "video meliora proboque, deterioras equor" - sou suficientemente inteligente para portar-me bem, mas gosto de ser inconveniente.
Viva a Maria da Fonte. Viva o Rei.

terça-feira, outubro 04, 2005

Lista MRCCS

MRCCS:

EFECTIVOS:
Luis M. A. Pinheiro
Antonio Jorge Sampaio
Luis M.F. Gonçalves
João Alberto P. Abrantes
Luis Costa Marques
Serafim M. S. Ribeiro
Manuel J. T. Póvoas
Charles J. Soeiro
Germano F. P. Simão

Suplentes:
José Armando S. Loureiro
Adelino F. Courela
Carlos A.S. Silva
Aristides R. Faria
M. Lurdes J. A. Moreira
Celeste C. A. Nunes
Alberto R. Fonseca
Fernanda P. S. Ramos
João Alberto Amaral

Fonte:
The cat num comment no canasesenhorins.
Segundo a mesma fonte, dois dos efectivos já foram substituídos (Germano Simão e Charles Soeiro) devido ao "SóniasGate".

segunda-feira, outubro 03, 2005

Meu querido e adorado Pai Mouro.

Em primeiro lugar, muito boa noite.

Jantar comprido, ultimamente há cá comida em casa com fartura, só agora abri o blog.
Quando vi “NOTICIA DE ULTIMA HORA” no último post, pensei: O PAI vai referir que houve hoje um eclipse, mas não, vem-me contar um facto do qual eu sou o responsável, a contratação das Sónias como discentes.

Este seu amigo ficou muito impressionado com tudo o que aconteceu com as ex-tarefeiras da Junta. E vai daí, pensei cá comigo: “Cereja, tens que resolver a situação a estas senhoras. Liguei para o STAL e o sindicato disponibilizou-se para defender as recém-desempregadas (a título gratuito). Como isto vai para tribunal, vi logo que era necessário um bom Advogado e que fosse sério, liguei ao Dr. Marinho, a única condição deste jurista foi dinheiro no início do processo, não queria cá peditórios pois sabia do que se passava em Canas e depois não recebia o “graveto”. Assunto resolvido, pago eu do meu bolso. O dinheiro está parado no Banco, não rende nada, as acções estão a ser uma "banhada", empresto às senhoras a 2%, sempre ganho alguma coisita mais.
Mas sabe como é, uma pessoa quer fazer um favor, fica tramado, nunca mais nos largam (bem diz a minha mãezinha: Filho, não devas favores e não faças favores que nunca mais tens sossego)".

Antes de ontem, estava eu cá por casa, tinha acabado de fazer uns escritos aqui para o blog, é para isso que me pagam, desci ao piso térreo, batem-me à porta. Achei estranho porque os Serra da Estrela costumam dar sinal. Quem será? O Padre Nuno? Mas ainda não houve eleições? Querem ver que são os movimentalistas que trazem um pau para ver se estou de “caganeira” e deram bifes envenenados aos canídeos? Se assim for, digo que sou amigo do Pai Mouro.
Tocam desta vez na campainha. Bom, quem vem por mal, não toca na campainha. Acabo de fazer o que estava a fazer, fechei o fecho das calças, lavei as mãos e fui abrir a porta.

Quem era? As Sónias? E o que elas queriam? O Pai Mouro já está a imaginar? Vinham pedir emprego, pois leram aqui no blog que eu tinha ido Além Mondego buscar pessoal para fazer os cadabulhos e a vindima. Ora, senhoras estudadas irem para a agricultura não acho bem, ainda por cima porque os homens que trago aqui, do Seixo da Beira, não são de confiar, a minha serviçal já me fez queixa que eles são mal educados e recusa-se a ir dar-lhes de beber às carreiras da vinha.
Liguei para a Câmara, para a Divisão de educação, surpresa: precisavam de duas discentes, eu até percebi docentes e disse logo que quem se tratava não tinha curso universitário, mas a Dra. do outro lado da linha explicou-me que discente era cousa diferente.
- Ó minha senhora, não ponha aí avisos, tem aqui duas pessoas.
A doutora ficou muito satisfeita, quase a chorar: “Estamos num concelho de pleno emprego, estava a ver que ninguém queria ser discente… obrigado, e sendo um pedido seu é a melhor carta de recomendação que pode haver”
E assim dei emprego a mais duas pessoas e não foi nas vinhas. Agora não sei é como digo à família das senhoras que é escusado carregarem coisas cá para casa. O amigo está a imaginar porque as refeições são compridas? É cabrito, é leitão, é pudim caseiro.
Se eu soubesse tinha estado quedo.
Cumprimentos e um abraço do Cereja.

domingo, outubro 02, 2005

Uma história de desunião


Refere o Manifesto do Movimento que a actual Junta do MRCCS é “a garantia de unidade de todos os canenses”.

O actual MRCCS tem, desde sempre, uma grande capacidade de desunir o povo da Freguesia de Canas de Senhorim e das outras freguesias do nosso futuro Concelho.
Não pretendo fazer um post comprido, por isso elenco alguns factos, e por se tratarem de factos públicos são indesmentíveis:

- Afastaram do Movimento as pessoas que não eram da mesma cor politica. Ainda me recordo das pessoas que subiram ao “palanque” no 1º comício e que foram “eliminadas”.

- Trataram sempre como cidadãos de segunda as pessoas das outras localidades e por isso nunca as chamaram para fazerem parte da direcção do Movimento.

- Golpe de Estado na Junta. Derrube da Junta presidida pelo Sr. Aires Santos, mas constituída por elementos de todos os partidos (Sr. Aires – PS; Sr. Serafim – PSD; Sr. Eleno – CDS/PP).

- Manifesto de morte à Presidente da Assembleia de Freguesia.

- “Enquanto não formos concelho, não há votos”. Promessa quebrada para votar no MRCCS.

- Candidatura do MRCCS à Junta. As outras freguesias elevadas a Concelho ou que pretendem ser concelho nunca tiveram um Movimento desta jaez nas suas autarquias.

- Discursos inflamados e agressivos nos ajuntamentos na Praça.

- Criação de um corpo de catequistas para actuarem nas ruas e cafés, muitas das vezes de uma forma violenta.

- Acontecimentos de Agosto (O Agosto Negro de 2005).

- Manifesto de apoio por parte de pessoas ilustres (as que cuidam da nossa saúde, que nos dão emprego, que nos vendem comida e reparam as bicicletas) dividindo assim a população entre as pessoas capazes de administrar os seus bens e os vulgus.

Mas não é só o Movimento o responsável por estes factos, nós, a maioria silenciosa e que só agora está a intervir é igualmente responsável pelo estado a que as coisas chegaram.

Por fim um pedido de desculpas aos canenses por ter votado há 3 anos no MRCCS. E na pessoa do Arq. Keil do Amaral peço desculpa a todos os portugueses por ter assobiado um símbolo nacional, que sempre fui ensinado a respeitar e pelo qual dispus-me a combater e que quando camaradas de armas desceram à terra foi ouvido em pranto e em sentido.

Cereja.

"Só Canas"

Comunicado dirigido a todos os eleitores da Freguesia de Canas de Senhorim.
A nossa candidatura à Junta de Freguesia, para além de supra partidária, é fundamentalmente de todos os eleitores da nossa Freguesia.

Nesta perspectiva, é -nos indiferente o que fazes, as habilitações literárias que tens ou, até, a condição económica de que usufruis.Para nós, todos somos importantes, uma vez que os nossos votos têm igual valor.

A nossa candidatura prima pela igualdade e não dará privilégios a ninguém.As nossas convicções não se pautam pela intolerância, respeitando todos aqueles que objectivamente queiram o bem da nossa Freguesia.

Não contem connosco para discriminar alguém, nem aqueles que livremente optarem por caminho diferente do nosso; não; não os iremos estigmatizar.

Por outro lado, não iremos valorizar uns em detrimento dos outros, para nós todos somos ilustres, para nós todos somos igualmente importantes.
VOTA LIVREMENTE
VOTA EM CONSCIÊNCIA
VOTA EM NÓS, QUE ESTARÁS A VOTAR EM TI PRÓPRIO

sábado, outubro 01, 2005

Vinde à Feira Medieval de Canas de Senhorim

Depois da oração, 3 Ave-Marias e 2 Pais-Nossos, é tempo de mercar, enfim… de folgar.
A feira acolhe os vendedores do povoado e das povoas que se afadigam no transporte das suas rés e na escolha do melhor sítio de venda.
No ar pairam os mais variados cheiros e aromas. Febras, torresmos tostam nas brasas e são servidos em folhas de couve ou em pão de centeio. Chouriços cozidos em vinho, costeletas de javali, saciam outros apetites na Tenda do Paço, a mais afamada de todas onde chegam viajantes de paragens tam longínquas como o Folhadal.

Cousas de comer e beber: vinho vermelho, vinho branco, ambos da Póvoa, auga da cisterna dos Valinhos, tabuinhas com queijos frescos e secos do Jorge de Vale de Madeiros, enchidos, morcelas, “porcus presunctus”, empadas atochados de pescado da Felgueira, empadas atochadas de leguminas, guisado de coelho, pato chacinado, picadinho de vaqua, galinha mourisca, pam meado e pam alvo.

A animar o repasto, não falta os figurantes trajando a rigor como mercadores mouros, falcoeiros, saltimbancos, malabaristas, cuspidores de fogo, mendigos, bufões e burlões, a tenda da bruxa do Pai Mouro para afastar encostos e maus olhados e o Sr. Joaquim Basílio, actor que dá vida ao personagem de mendigo numa caracterização que impressiona.

A nobreza diverte-se com a prática dos torneios e dos feitos de armas no Terreiro da Igreja onde nam faltam os homens de armas, os cavaleiros e os arqueiros.
Sendo a necessidade de panos ou roupas buscam-se as bancas dos fanqueiros, feltreiros, ou dos que vendem mantas e buréis. Carecendo-se de peles, artefactos de pele ou sapatos, acorre-se aos peiteiros, correeiros e sapateiros.

Este ano, a Feira tem uma novidade, o cobrador de impostos régios (vulgo o Seu Presidente da Junta) que desta nam vai cobrar receitas dos vizinhos para a fazenda do Reino, vai “campanhar”, sorrir, fazer festas aos meninos e apertar a mão aos mercadores. Virá embora com “promessas vãs”, logo, com pouco proveito.

António Vega-Lucha de gigantes