terça-feira, setembro 20, 2005

A aventura do Heroi

Aproveitando uma ideia do “Sr. Fulano Tal” que referiu num post na aoutrabancada: “Porque não pensar que isto é como no Carnaval: uma lista é do Paço e outra é do Rossio”, a Junta do Seu Luís, depois do repasto em honra do Padre Nuno organizou um Baile de Carnaval.
Na noite anterior, o Sr. Melro tinha tido um sonho muito estranho. Nesse sonho aparecia uma voz feminina, como que do Além, a dizer-lhe para ir a um baile de Carnaval, “…aí vai encontrar o seu par para o resto da sua vida. Ides ser muito feliz…”
- “E como eu sei qual é o meu par?”
-“ Ide… Alguém tocará em vós com as duas mãos. Esse será o sinal que acaba de encontrar a pessoa certa para construir uma relação muito feliz. Uma relação moderna, sem qualquer tipo de tabus.”
Melro era um de muitos homens que aproveitavam o Carnaval para vestir-se de mulher, e por isso foi ao baile mascarado de preta de majestosos seios, mini-saia, meias de Lycra com rede e botas de cabedal de salto alto até ao joelho.
Quem foi também ao baile foi a Maria, uma ex-colega de escola do nosso Herói. Maria estava muito bonita. Um vestido vitoriano, uma cabeleira loira aos caracóis, rosto pintado, um sinal preto na face e um outro em cada um dos seios. Uma boca muito bonita, o lábio inferior carnoso fazia dela uma das raparigas mais sensuais do salão.
- “ Olá. Como está? Está muito «bonita»!” Comentou Maria com um largo sorriso.
- “Obrigada”. Melro corou e respondeu-lhe de um jeito como se estivesse a desculpar-se.
- “Não me pergunte o porquê, mas resolvi vir assim. E vós estais, perdão, sois uma verdadeira rainha. Vai vencer o concurso.”
A Junta para além de organizar o baile de Carnaval, organizou também um “Concurso para eleger a Rainha do Baile”.
O júri era constituído pelas autoridades locais, um representante da GNR e o Tonito que representava o Movimento do Seu Luís
- “Não vou concorrer”. Disse a menina. “Vós é que se participasse… já reparou como o movimentalista olha para si?!”
- “Certamente reprova esta minha postura.”
- “Não me parece que aquele olhar fixo para as suas pernas seja de censura…”
O Baile estava mais animado. O conjunto de Jazz era para ser o “Festa Brava” mas pediu muito dinheiro por isso veio uma banda musical muito afamada que se deslocou de propósito do Troviscal para abrilhantar a festa. Todos os foliões se divertiam… danças a solo, a par, até o comboio não faltava. (Neste tipo de festas populares a uma determinada altura as pessoas formam uma fila e em ziguezague imitam que são um comboio percorrendo a sala, por vezes aos encontrões com os que não desejam fazer de maquinista ou de carruagens! Certamente que algum natural de Alfarelos, Entroncamento ou da Pampilhosa espalhou este mal pelo país. Seria interessante indagar se também os emigrantes já o espalharam por outras terras.)

O Comboio aproximou-se e a Maria e o Melro aproveitaram e entraram também na brincadeira. Melro era agora a última carruagem, mas não foi por muito tempo. Percorrida meia sala, já não era o vagão com a lanterna vermelha, duas mãos apoiaram-se nos seus ombros e alguém alegremente cantarolava: “Lá! LáLá! Lá!
Olhou para trás, foi recebido com um largo sorriso pelo homem do júri que representada o movimento do Seu Luís.
Melro estremeceu, lembrou-se da profecia e num gesto brusco tentou sair rapidamente do comboio.
Ao fazer aquele movimento bateu com a sua mão na mesinha cabeceira. Acordou de um pesadelo. O candeeiro de quarto tombou do móvel e caiu no chão. O barulho fez com que a sua esposa acordasse.
- “O que aconteceu?” Perguntou muito assustada a senhora.
- Acabou de cair o candeeiro. Eu apanho-o, continue a dormir.”
- “Ainda bem que acordei!” Disse a mulher.
- “Como assim?!” Perguntou Melro à sua companheira.
- “Que sonho estranho.” Retorquiu a esposa. “ Estava a sonhar com a nossa viagem de núpcias à Madeira. Nós íamos no avião, a meio da viagem olhei para o seu assento ao meu lado, mas não estava lá. Fiquei preocupada, procurei pelo avião e não vos encontrei. Voltei a sentar-me, olhei pela janela, um outro avião ia a voar ao lado do nosso e numa das janelas dessa aeronave vi-o sentado de mão dada e a trocar carícias com um movimentalista.”
- “Realmente, que sonho estranho! Um beijinho e dorme bem… minha querida e adorada esposa.”

*** Fim***

10 Comments:

At 11:32 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Fenomenal!
E eu que não soube de nada :D

 
At 11:51 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Bom o final, surpreendeu-me, ambos tiveram o mesmo pesadelo? lol.
Depois da derrota do SCP estava a precisar disto.

 
At 1:16 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Esse melro anda a tentar aldrabar a malta. Diz que foi um sonho, mas não é verdade. Foi real. Eu estive nesse baile e por mero acaso até fui eu que comecei a dança da vassoura. Como fui o primeiro dei logo 5 euros, os outros otários quiseram armar e foi de 10 para cima.

Amigo Anónimo das 8.19 e +: relaxe que isto inda agora começou. Ainda há-de ler muito post do "Papa" para lhe alivar as dor... digo derrotas. Mude-se para o meu clube. Veja só este fim-de-semana, duas alegrias: Benfica a ganhar e Sporting a perder. Quer melhor? :D

 
At 9:46 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Realmente, que sonho estranho...
Bem-vindo às sátiras.

 
At 10:39 da manhã, Anonymous Anónimo said...

:) :) :) :)
Com é que o tonito foi engraçar com essa monstrenga? Porra.

 
At 1:30 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Não tenho mesa de cabeceira, caí mesmo no chão.
Estou lixado, da outra vez fui gozado por ter ido de bycle à junta e agora axo que vou ficar por casa uns dias. Ao menos arranjava uma fotografia de jeito.

 
At 1:38 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Não estou a ver o q pode sair do cruzamento de um melro branco com uma maria preta...

 
At 1:48 da tarde, Anonymous Anónimo said...

:)

 
At 5:47 da tarde, Anonymous Anónimo said...

li

 
At 8:25 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Amigo Cereja, ontem pelos motivos verdes conhecidos nem li bem a história do tonito, perdão do melro. Meu amigo ao nível do texto da reunião da junta.
Como foi possivel perder na Madeira? Os lampiões já estão a controlar os gajos de preto.

 

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