Os comprimidos cor-de-rosa

Anda muita gente preocupada com a minha saúde…que antes fazia sátira política e agora pareço um menino de coro.
Meus amigos, eu não devia contar mas, vou contar. Num passado recente, antes de tomar o meu duche, colocava a cassete da “Portuguesa” e enquanto ela rodava eram 3 a 4 assobiadelas e duas a três séries de “UUUUUUs”.
Mas isto de ser fundamentalista cansa muito e como está na moda ser moderado, fui ao médico. Se já não tinha confiança no tipo, perdia-a totalmente.
É que eu sofro de várias maleitas, e o discípulo de Hipócrates independentemente do sítio que me dói, receita sempre o mesmo, uma embalagem de comprimidos cor-de-rosa.
Já me disseram que está correcto, pois trata-se de analgésicos com maleato de pirilamina pelo que não importa o sítio mas a dor. Bah! Não acredito nisso.
Há poucos dias pus a Dona Amélia a marcar vez no Posto Médico. Fui o décimo a ser atendido. Queixei-me que me doía aqui e ali, desconfiava que era por ser ainda movimentalista, por isso desejava ser curado, queria tornar-me um moderado.
O doutor disse-me que o problema estava na cabeça, para continuar com os comprimidos cor-de-rosa mas, desta vez receitou-me uma caixa de supositórios.
Bom, se o problema está na cabeça, porquê supositórios, que ligação é que há entre essas partes do corpo humano? Não lhe disse nada, sabem como são os clínicos, se o pessoal abre a boca: “Mas afinal quem é o médico?”
O que é aconselhável nestas alturas? É não ir à farmácia levantar o receituário do “barbeiro”.
Mas eu quero ser moderado para poder votar “Só Canas”. Vai daí, inscrevi-me num curso do IEFP de Viseu: “Como ser moderado em poucas lições”.
Agora, escrevo as minhas crónicas e dou-as ao professor para corrigir. Tudo o que é inconveniente, ele risca.
Mas querem saber a melhor? Não sei onde guardei os comprimidos e este post não foi revisto pelo professor!
É um teste que estou a fazer a mim próprio: Será que consigo ser moderado sem estar sob efeito dos comprimidos?